Admiro-me com a reacção de algumas pessoas relativamente à minha última “aquisição”, uma tatuagem.
Sim, estou marcada para a vida e de bom grado. Há quem fique delimitado por certo tipo de ideias, valores, relacionamentos, matrimónios & associações, adições, comportamentos...Eu também estou confinada a alguns dos desígnios da vida em sociedade, não nego, mas se há coisa que acho que me pertence verdadeiramente é o meu corpo e eu faço o que quiser dele (ou não?). É certo que o meu corpo às vezes tem vontade própria, mas em última análise sou eu que mando.
Foi uma decisão consciente, sim, porque é um pouco ridículo quando me perguntam se estou bem ciente do que fiz. Não, quer dizer, um dia belo estava sentada no sofá e como não tinha assim mais nada para fazer, resolvi fazer uma tatuagem, duh! Convenhamos…
A tatuagem tem muito significado para mim, é a tatuagem que marca a ligação mais longa da minha vida, além disso está posicionada no lado oposto de uma cicatriz que me foi “imputada” este ano. E isso sim é mais dramático, é mais grave, inestético e traz-me recordações que prefiro esquecer.
A tatuagem foi feita por vontade própria, identifico-me com o desenho, foi o que sempre quis fazer e o que custa é começar. É que enquanto estava a ser tatuada, já me estavam a surgir ideias para prolongar o desenho inicial…uhuhuh. E para os que pensam que sou pior pessoa por isso, ou que mudei e que já não posso fazer parte de certos “grupos”, que se fod…não me venham com moralismos da treta.
Pois, pensando melhor…se calhar não me admiro tanto assim com os falsos moralistas, os hipócritas, os velhos do Restelo, mas como o JC diz, isso ficará para outras calendas...
ass: gaija trendy