À espera que aconteça...

sexta-feira, agosto 29, 2008

O que eu quero sei Eu...Festas! Festinhas...

A minha ausência aqui da blogosfera poderia ser sinal de umas longas e prolongadas férias num qualquer lugar paradisíaco, mas infelizmente não. Até porque para além uns dias que tirei para ir a Paredes de Coura eu ainda não gozei férias, férias daquelas, mesmo à séria, mas não falemos disso porque esta temática deprime-me.
O que se passa, e fazendo um auto-diagnóstico, é que eu fui atacada por uma brutal preguiça, uma inércia, que qual micróbio se alojou no meu corpo e que parece não querer sair. É uma sensação de vazio que me invade, após ter feito uma perninha em quase todos os festivais deste país. Sim, porque o que a audiência ainda não deve saber é que aqui a amiga (com outra amiga) resolveu ir, após um longo dia de trabalho, 200 km para Sul para ir ver única e exclusivamente a Björk ao Festival Sudoeste. E na semana seguinte, ainda mais a Sul (com a entourage habitual) aqui a jeitosa foi ao 1.º dia do Surf Fest ver os seus mais que tudo Massive Attack (entre outros). Posto isto, a questão que se impõe é: e agora, o que é que eu vou fazer à minha vidinha? Já tão mal habituada que estou a concertos semana sim, semana sim. O confronto com esta realidade nua e crua tem se revelado muito duro…snif snif. Resta-me esperar pela rentrée…E já mexe, os dEUS regressam em Outubro...Os Bloc Party têm um novo álbum, de seu nome Intimacy. Muito bom por sinal! Podem-me acusar de ser suspeita para fazer este tipo de comentários, porque como sabem os Bloc Party são a minha mais “recente” banda de culto, mas neste blog quem manda sou eu e posso ser tendenciosa se me apetecer. Ah, e sendo o mais parcial possível, asseguro-vos que o novo disco dos Massive, a ser lançado sabe-se lá quando, é divinal.
E enquanto as coisas não aquecem mais, sempre podem-me encontrar no Avante e pelos entremeios nas Festas de Corroios, onde amanhã toca o David Fonseca e Domingo é a vez dos Clã. Festas? Venham elas!

ass: gaija trendy

sexta-feira, agosto 08, 2008

Paredes de Coura - parte II

E de facto a paisagem é algo que nos marca quando pomos o pé dentro do recinto de Paredes de Coura. O palco lá em baixo, envolto numa paisagem para lá de verde, lindo…Já me tinham falado, mas constata-lo ao vivo tem outro encanto, “small is beatiful”!
Num ano em que o cartaz não seria o mais brilhante, quando comparado com outras edições, o Festival conseguiu trazer muito boas surpresas. Erros de casting à mistura: Lemonheads, dos concertos mais chatos que já vi na vida, completamente fora de tudo, com a agravante de anteceder a Thievery. Sex Pistols, meu deuses, o que foi aquilo, senão um embaraço total, uma caca pegada? E o Tributo a Joy Division, alguém me explica? Não fosse o Senhor Rodrigo Leão e teria que ser mais dura nas minhas palavras! No meu top:
- The Mars Volta, embora tenha ouvido grande parte do concerto da casa de banho (sim... não vale a pena comentar, mas quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga!), foram eles os reis, pela arte de bem tocar, pela presença, pela originalidade, por tudo (confio nas palavras do J. que delirou e no pessoal que fez mais de 1000 km num só dia para os ver!).
- dEUS, com um sabor especial, porque foi a primeira vez que os vi (sim…incrível, não é?). Gostei bastante, sombrio, misterioso, a condizer com o ambiente e com a bruma!
- Au Revoir Simone, uma delícia de som, muito bem metido num final de tarde solarengo em Coura. As meninas são um doce…
- Editors, a rasgar, com uma energia que não teve continuidade com os Primal Scream. Houve quem adorasse Primal Scream. Gostei, mas não posso dizer que amei.
Em português, X-Wife, sem sombra de dúvidas. Não vi Wraygunn, mas ao que parece encerraram em grande o penúltimo dia do Festival. Em jeito de tira dúvidas, preciso de ouvir de novo os The Bellrays. A voz e a presença da vocalista impressionaram-me, mas o som dos instrumentos estava tão alto que não me permitiu apreciar. Surpresas/revelações: Two Gallants e Biffy Clyro, estes um pouco Foo Fighters!
Os Thievery até podiam não combinar com o ambiente, mas encerraram muito bem o Festival, em clima de grande festa, que é o que se quer. E foram das poucas bandas por quem verdadeiramente o público gritou e pediu por mais. A nota mais negativa foi mesmo para o público, muito sub-17, completamente amorfo e que fazia mosh por tudo e por nada, incomodando quem estava ali mesmo pela música!
Gostei muito do Festival, uma experiência a repetir. E agora também eu digo, que saudades Paredes de Coura…

ass: gaija trendy

quarta-feira, agosto 06, 2008

Paredes de Coura - parte I

Os anos já pesam um pouquito...sei que parece conversa de cota, mas é uma constatação óbvia após 5 dias de acampamento em Paredes de Coura. Já há alguns anos que não acampava num festival, aliás o Sudoeste foi o único festival onde acampei (nas minhas idas a Vilar de Mouros sempre fiquei instalada in doors), e de facto, constatei que passados alguns anos há coisas que nunca mudam! O que os organizadores normalmente designam por campismo oficial, gratuito para os detentores de pulseira, não é mais do que um espaço perdido, pouco preparado para receber multidões e onde as condições são exíguas, nomeadamente ao nível das instalações sanitárias. É que se no primeiro dia de festival uma ida à casa de banho se pode tornar um pouco desagradável, no último dia torna-se impraticável e caso de saúde pública e com cortes de água à mistura, é vê-la a boiar! Nunca achei que umas galochas e uma máscara de oxigénio me fizessem tanta falta! O que me leva à seguinte questão, mas em não sei quantos anos de festivais neste país, ainda não se aprendeu nada? Ainda não se conseguem dar mais condições aos festivaleiros? Pelos vistos não, mas culpa também é nossa, que não reclamamos e baixamos os braços a tudo (avante, que isto dava um outro post sobre a arte de ser português!). Não fosse uma tal de Mariazinha, que “cedeu” os seus terrenos em troca de uns euros, e ainda a esta hora andaríamos com a tenda ao ombro à procura de lugar. Pois, lá está outra coisa que não muda, independentemente do festival ser no Sul ou no Norte, a especulação imobiliária/hoteleira/gastronómica que se faz em torno dos festivais é transversal. Como se o festival fosse a panaceia para todos os males das terras pequenas, “há que explorar estes jovens”, um dia alguém se lembrou! Oh Mariazinha fica aqui uma dica, que tal pró ano instalares uns duches e umas sanitas pra malta? Sempre ganhas mais uns trocos e serás mais nobre nos teus intentos de fuga ao fisco! Mas nem tudo são agruras nos acampamentos dos festivais. O ambiente é super, há de facto um espírito de entre ajuda e conhece-se sempre pessoal fixe (com excepção dos mitrosos de Alfena!). Aproveito aqui para agradecer a nuestros hermanos a estacas que nos emprestaram para montar a nossa casita, um bem-haja para vocês. E agora um aparte, se dúvidas houvessem que a vida em Espanha é melhor, em Paredes de Coura ficou bem visível! Primeiro, o número de portugueses a acampar com carro era bastante inferior ao de espanhóis, inclusive nos terrenos da Mariazinha a língua oficial era o espanhol! Segundo, as matrículas espanholas eram mais recentes do que as nossas. Terceiro, o carregamento de toxinas dos espanhóis foi de tal ordem, que dava para animar a malta em n edições de Paredes de Coura. Se os geninhos de Odemira fossem para lá…ui... eram mais do que 1200 doses!
Mais coisas...Graças a São Pedro, o tempo esteve do nosso lado, só choveu até às 17h do 1.º dia de festival. A partir daí foi sempre a banhos na praia do Tabuão. Uma paisagem líndissima por sinal...

(Trendy em Paredes de Coura, não perca as cenas dos próximos episódios num post próximo de si!)